“JOGO DOS DIREITOS” PROMOVE CIDADANIA E INCLUSÃO A BRINCAR
JOGO DE TABULEIRO COLOCA CRIANÇAS A BRINCAR NO BAIRRO E A DEBATER TEMAS SOBRE DIREITOS E DEVERES, JUSTIÇA, INCLUSÃO E IGUALDADE
Com o objetivo de ensinar as crianças, a partir dos seis anos, sobre os seus direitos e deveres, de forma lúdica e divertida, está a ser promovido em Viseu o “Jogo dos Direitos”. Tiago Caio é do Núcleo de Viseu da Rede Europeia Anti Pobreza e, na sua opinião, o jogo tem sido bem aceite pelos participantes. Trata-se de uma espécie de “Jogo da Glória” com perguntas e opções de resposta e é “uma forma divertida das crianças aprenderem mais sobre padrões de ética e de justiça social”. Para Tiago Caio, “a aplicação do jogo nestes contextos é muito importante porque muitas vezes as crianças mais desfavorecidas não têm acesso a determinados estímulos que são fundamentais para o seu desenvolvimento”. E, explica que, “o projeto acaba por proporcionar esses estímulos, tão importantes em tenra idade, sendo também uma forma diferente de aprenderem sobre certos assuntos que de outra forma seria mais difícil interiorizarem”. No contexto da intervenção comunitária que está a ser realizada pela Cáritas Diocesana de Viseu, este jogo pretende promover um pensamento crítico e informado, acerca dos direitos de todos, aliados a questões de cidadania. O programa visa também dinamizar projetos
de intervenção na área da mediação intercultural em colaboração com as comunidades ciganas. No espaço da Cáritas da Balsa orientam-se caminhos Ana Pinto é coordenadora do programa Caminhos E7G que na sua programação tem a realização deste “Jogo dos Direitos”. Trata-se de uma iniciativa promovida pela Cáritas que procura trabalhar competências de cidadania e participação cívica em crianças e jovens das comunidades mais vulneráveis do concelho de Viseu. No total, o programa pretende atingir 160 crianças, jovens ou familiares da comunidade cigana do concelho de Viseu, nomeadamente nos bairros da Balsa, Paradinha e ainda de S. João de Lourosa, Silgueiros e Vila Chã de Sá. Da equipa responsável faz parte um elemento de etnia cigana. Aos 14 anos, Mário Santos, participou neste programa que já leva várias edições. Agora, com 21 anos, é monitor no projeto Caminhos E7G. Entre as suas principais tarefas está “entretê-los e garantir que não se portam mal e não passam dos limites”, explica o jovem. Para Mário Santos, o principal objetivo é abrir os olhos aos mais novos para a importância de nunca abandonarem a escola. “Sou da comunidade cigana, estudei e consegui um trabalho, acabo por ser um exemplo para eles, para que nunca desistam da escola”, diz o monitor. No espaço da Cáritas na Balsa são feitas atividades sobre participação cívica, direitos e deveres dos cidadãos, assim como o relacionamento na vida pública. Dá-se apoio aos trabalhos de casa e ensina-se a trabalhar com com
putadores. Existe também um serviço, em permanência, para atendimento social caso alguma família precise de ajuda a preencher algum formulário ou a responder a uma carta.
Ana Pinto conta que “nas férias a ideia é permitir que possam conhecer algumas instituições da cidade como a Câmara Municipal e a PSP e também permitir aos meninos sair um bocadinho, ir à praia ou à piscina”. “Tentamos sempre que as atividades possam ser associadas a competências de cidadania, sociais e de participação que depois possam vir a ser úteis no futuro”, explica a responsável. A coordenadora define como principal objetivo do programa “chamar atenção para questões que já estão a ser orientadas pela Segurança Social, Câmara Municipal e até pela Cáritas Diocesana, mas que podem ser trabalhadas noutras vertentes mais adaptadas às crianças e encontrar respostas alternativas que possam projetar o nome da cidade em termos de inclusão social e que possam ser modelo do que pode vir a ser feito no âmbito da equidade e justiça social”, conclui Ana Pinto. Os jogos também serão levados às Escolas Básica de Teivas e de Oliveira de Barreiros.